Residência Médica e a Vivência em Saúde Mental

Por Amanda Ribeiro

Médica e Coordenadora da Residência Médica em Psiquiatria do Hospital Vila Verde Saúde Mental

    

       A formação médica nem sempre termina com a graduação na faculdade de Medicina. Muitos médicos optam por continuar sua formação em programas de especialização. A Residência Médica é o mais completo desses programas, porque é marcado por um intenso período de aprendizado em serviço. O médico residente aprende à medida em que trabalha em uma área específica da Medicina e tem acesso ao conhecimento através do contato direto com o paciente, das discussões de casos clínicos e das aulas teóricas com seus preceptores – médicos já formados na área e que atuam como professores. Cada especialidade médica tem o seu programa de residência médica, com atividades voltadas para o desenvolvimento de habilidades específicas de cada área. Na saúde mental não é diferente. 

       O programa de Residência Médica da Psiquiatria tem duração de três anos e é totalmente voltado para a vivência em saúde mental. Nele, o residente tem contato com pacientes portadores de vários transtornos psiquiátricos, aprende o manejo mais adequado para cada caso, pratica a arte da prescrição de psicofármacos e desenvolve habilidades de trabalho em grupo. No Vila Verde, por exemplo, a vivência em saúde mental envolve necessariamente a vivência em equipe interdisciplinar.

       No Programa de Residência Médica de Psiquiatria do Vila Verde, o médico residente transita por todos os níveis de cuidado da rede, atendendo os pacientes na Internação Integral, no Hospital-Dia, no ambulatório e nas Residências Terapêuticas. Ele também participa de discussões em equipe, bem como da tomada de decisão em conjunto com seus preceptores e outros profissionais envolvidos em cada caso.

       Atualmente, é impossível falar em saúde mental e não considerar a importância do trabalho de uma equipe interdisciplinar na recuperação do paciente. Nossos pacientes, além dos cuidados médicos, recebem também cuidados de psicólogos, nutricionistas, enfermeiros, assistentes sociais, terapeutas em dependência química, educadores físicos, terapeutas ocupacionais e farmacêuticos. Dessa forma, como promover um cuidado integral ao paciente sem que haja um trabalho em equipe? Os benefícios desse trabalho são muitos, tanto para o paciente em questão como para o médico residente que está em processo de formação. Através do trabalho em equipe, o residente tem acesso a visões diferentes do mesmo paciente, ao compartilhamento de conhecimentos, ao apoio mútuo e à assertividade no tratamento.

       A vivência em saúde mental pela Residência Médica de Psiquiatria, portanto, é caracterizada pelas oportunidades de troca de conhecimento, experiências e até mesmo de anseios entre profissionais que trabalham visando um mesmo objetivo: o tratamento adequado, o bem-estar, a qualidade de vida e a recuperação da funcionalidade do paciente.

 

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Núcleo de Segurança do Paciente promove ação no Hospital Internação 24H

Para comemorar o Dia Mundial do Paciente, que aconteceu em Setembro, o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) do Hospital Internação Vila Verde realizou a oficina: “Ouça a Voz dos Pacientes”. A ação, realizada nos dias 22 e 28 do mês, teve como objetivo central incluir os pacientes nos projetos e escutar suas demandas e preocupações, buscando entender, também, o que para eles significa, nesse contexto, “segurança”. Eles expressaram suas opiniões em frases e imagens, expostos em um cartaz, e depois houve uma troca de ideias, para tirar dúvidas, questionamentos e opiniões. Houve também momentos para brincadeiras, jogos e descontração, tudo regado a muito açaí, picolé, suco e pipoca!

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Inscrições abertas para o Programa de Residência Médica em Psiquiatria 2024

Estão abertas as inscrições para o Programa de Residência Médica em Psiquiatria da Vila Verde 2024. Credenciado pela Comissão Nacional de Residência Médica – CNRM/MEC, o programa oferece duas vagas e tem duração de 3 anos. 

As inscrições vão até o dia 3 de Dezembro de 2023 e estão disponíveis pelo link: WWW.SELECTING.COM.BR.

 

Para mais informações, acesse o Edital clicando aqui e acompanhe o Hospital Vila Verde Saúde Mental pelas redes sociais.

Vila Verde divulga Edital para o Programa de Residência Médica em Psiquiatria 2024

A Rede Vila Verde Saúde Mental informa que está disponível o Edital do Programa de Residência Médica em Psiquiatria da Vila Verde 2024. A partir do dia 30 de Setembro de 2023, estarão abertas as inscrições. O programa, credenciado pela Comissão Nacional de Residência Médica – CNRM/MEC, oferece duas vagas e tem duração de 3 anos.

Confira:

Inscrições: 30/09/2023 a 03/12/2023. 

Taxa de Inscrição: R$ 600,00 (seiscentos reais)

Data da prova: 16/12/2023

A realização da inscrição no processo seletivo para a Residência Médica em Psiquiatria 2024 será disponibilizada no site www.selecting.com.br. Para mais informações, acompanhe as redes sociais da Vila Verde ou acesse o site www.vilaverdejf.com.br.

 

 CONFIRA O EDITAL CLICANDO AQUI.

Centro de Ensino e Pesquisa conclui mais um curso de aperfeiçoamento

       No último sábado, dia 29, foi realizado, no auditório do Hospital Internação, o encerramento do Curso de Aperfeiçoamento em Psicofarmacologia. Organizado pelo Centro de Ensino e Pesquisa (CEP), com duração de 180 horas e somando quatro meses de encontros semanais nas unidades da Rede Vila Verde em Juiz de Fora, o curso foi direcionado para os estudantes e profissionais da área da saúde, com ensino técnico ou superior, como farmacêuticos, enfermeiros, psicólogos, pedagogos, médicos e graduandos em psicologia. 

       Coordenado pelo Dr. Clóvis Melo Júnior, médico psiquiatra, as aulas foram ministradas por psiquiatras, médicos e residentes, todos que passaram ou estão finalizando o Programa de Residência Médica em Psiquiatria na Vila Verde. Durante os encontros, foram ofertados quatro módulos, incluindo temas relacionados aos medicamentos psicotrópicos ou psicofármacos, indutores de sono, antidepressivos e estabilizantes de humor, transtornos do humor e tratamentos para impulsividade, compulsividade e adição.

       Para Marieli Cunha, enfermeira na Associação de Diabéticos de Juiz de Fora, o aperfeiçoamento contribuiu não só para adquirir conhecimentos na área, mas também para a rotina profissional. “Temos muitos pacientes que fazem uso de psicofármacos. O curso, por ser uma temática bem complexa e extensa, conseguiu atender todas as minhas expectativas, proporcionando conteúdo amplo, bem elaborado e esclarecedor. Vale ainda ressaltar o apoio da coordenação e a cordialidade, comprometimento e atenção, possibilitando excelente interação com os professores.”

 

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A importância da equipe multidisciplinar no tratamento em Saúde Mental

Por Luiz Felício

Gestor Multidisciplinar de Saúde Mental do Hospital Internação 24h

 

       No campo da psiquiatria, desde os fins da década de 70, houve um crescente movimento que visou discutir as formas de trabalho em saúde mental e a devida adequação de profissionais afins, objetivando a real necessidade de promover o cuidado ampliado em saúde para a população. Nessa época, destacava-se o papel do profissional médico. Entretanto, devido à sua formação especializada e com vistas ao processo de cura, surgiu a necessidade de repensar o modelo, agregando novas práticas relacionadas à multidisciplinaridade.

       Já na década de 80, a proposta apresentou contornos mais concretos sendo possível perceber a entrada de profissionais não médicos na dinâmica do cuidado, exercido de forma ampliada e multidisciplinar. Atrelado ao processo de redemocratização do Estado e da sociedade brasileira que contribuiu para o surgimento e fortalecimento de políticas em saúde, novos conceitos também passaram a direcionar as ações em saúde mental. Um deles, a integralidade, foi concebido como uma diretriz que se organiza ao ser disparada pela construção de projetos terapêuticos singulares, construídos com recursos diretivos para a assistência ao paciente. Assim, entende-se que seria por meio da visualização da real necessidade do paciente versus o que seria possível oferecer a ele de forma coletiva, isto é, multidisciplinar que o cuidado seria produzido.

       Atualmente, a definição de trabalho multidisciplinar está relacionada a uma junção de saberes e práticas compostas por diferentes campos do conhecimento que fazem parte de um serviço e objetivam a promoção de um cuidado integral ao paciente e sua família. Uma equipe multidisciplinar é composta por médicos, profissionais da enfermagem, psicólogos, terapeutas em dependência química, farmacêuticos, assistente social, arteterapeutas, terapeutas ocupacionais, musicoterapeuta, educadores físicos, nutricionistas, oficineiros, recreadores e diversas outras especialidades, conforme o serviço oferecido.

       Sendo a saúde mental um campo marcado por encontros e desencontros, o trabalho multidisciplinar realizado por uma equipe requer tempos distintos de compreensão dos casos, requer a integração das práticas que se convergem a pontuais intervenções ao longo dos tratamentos propostos. O trabalho em equipe acaba sendo afirmado pelas diferentes especialidades a partir da diversidade clínica onde, a prática de um profissional se reverbera na do outro em torno da tarefa de responder adequadamente às necessidades dos pacientes. Assim, a equipe multidisciplinar acaba sendo evidenciada como um dispositivo que produz representações dos sentidos do trabalho a ser desenvolvido por cada profissional e, nesse processo de interação, diferentes significados são produzidos, gerando espaços nos quais os pacientes podem se posicionar, falar e se reposicionarem frente aos seus percursos de vida, vinculações sociais e redes de apoio.

       O trabalho multidisciplinar, para além de evocar ‘subjetividades’ para a construção dos percursos individuais, também está diretamente ligado à produção de qualidade de vida e bem-estar dos indivíduos. Cada profissional que compõe uma ‘equipe multi’ tem uma contribuição específica para o tratamento e cuidado com a saúde mental dos pacientes. Trabalhando em conjunto, a equipe multidisciplinar pode oferecer um atendimento mais completo e eficaz, considerando as diversas questões que podem estar envolvidas nos transtornos mentais e nos transtornos por uso de substâncias. Além disso, o trabalho coletivo garante que o paciente tenha um suporte mais amplo e integrado em seu contexto territorial, produzindo resultados mais eficazes em longo prazo.

 

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O cuidado de enfermagem no Hospital-Dia

Por Thaís Carvalho

Gerente de Saúde Mental do Hospital-Dia

 

O Hospital-Dia, unidade da rede Vila Verde, representa uma alternativa à internação em tempo integral e às consultas ambulatoriais. Tanto para os tratamentos relacionados aos transtornos mentais quanto para aqueles que são causados pelo uso abusivo de álcool e outras drogas, nossos clientes encontram suporte psicoemocional diário para o processo de reabilitação. Lá, são praticados cuidados intensivos por uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, médicos, psicólogos, educadores físicos, terapeutas em álcool e outras drogas, assistente social, farmacêuticos, arteterapeutas, dentre outros.

 

O acompanhamento no Hospital-Dia é temporário e tem como objetivo garantir a reinserção social e a retomada da autonomia. O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um exemplo. Através dele, são construídas estratégias de cuidado específicas para cada pessoa, visando o resgate da saúde e do bem-estar, necessários à manutenção do convívio social. Assim, os profissionais buscam dar a cada cliente o protagonismo a partir da construção conjunta do seu plano de cuidados. 

 

Nesse cenário, a enfermagem é parte integrante do processo de construção, buscando sempre o atendimento singular na perspectiva da integralidade do cuidado em saúde. Por meio de ações desenvolvidas com respaldo técnico e científico, a equipe avalia o risco e as necessidades de cuidado de cada cliente, garantindo uma assistência segura e de qualidade. As atividades, sejam elas individuais ou coletivas, oferecem consultas de enfermagem, acompanhamento da adesão medicamentosa, visitas domiciliares, acolhimentos à crise, intervenções terapêuticas, administração de medicações, monitoramento dos pacientes na rede e busca ativa. Em média, mais de dois mil atendimentos mensais são realizados pelos profissionais de enfermagem do Hospital-Dia.

 

Um exemplo da atuação coletiva da equipe é o “Café com a Enfermagem”, um grupo mensal, conduzido pelos profissionais de enfermagem, com diferentes temas relacionados às diversas áreas da saúde. O  objetivo é a promoção e prevenção da saúde. Esse espaço busca fortalecer o vínculo entre  quem cuida e quem é cuidado, horizontalizando, cada vez mais, a assistência.

 

Além do acompanhamento multidisciplinar, o Hospital-Dia oferece também o Pronto Atendimento Psiquiátrico e atendimentos de psicogeriatria, com o apoio do Programa de Residência Médica em Psiquiatria da Vila Verde. Focamos, também, no acolhimento à família dos nossos clientes, realizando encontros periódicos para esclarecimentos e entendimento, por parte da equipe, do contexto social dos nossos clientes. São diversas ações que, em conjunto, priorizam a assistência segura, de qualidade, singular e humanizada.

 

O Hospital-Dia funciona de segunda à sexta, das 8h às 19h, na Avenida Barão do Rio Branco, 4455, Centro – Juiz de Fora.

 

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Drogas, álcool e recreação: quais os riscos dessa combinação?

Por Lillian Gargiulo

Psicóloga e Coordenadora de Saúde Mental do Hospital-Dia

 

Culturalmente, festas e eventos sociais são lugares onde o consumo de álcool e outras drogas é normalizado e, até mesmo, incentivado. Muitas pessoas, em busca de aceitação social, acabam cedendo à pressão dos amigos e familiares e decidem experimentar essas substâncias pela primeira vez ou abusar do consumo. Infelizmente, o que começa como uma diversão momentânea pode se transformar em um vício. 

 

O uso excessivo de substâncias psicotrópicas altera o estado de consciência do indivíduo, diminuindo as inibições e aumentando a impulsividade. Como consequência, o usuário pode ter comportamentos que não teria se estivesse sóbrio, como dirigir embriagado, se envolver em brigas ou até mesmo tomar decisões perigosas.

 

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o consumo de álcool é um fator que contribui para mais de 300 mil (5,5% do total) mortes anualmente nas Américas. E, segundo o relatório da UNODC (United Nations Office on Drugs and Crime) aproximadamente 200 milhões de pessoas usam drogas ilícitas, o que corresponde a 4,8% da população adulta do planeta, totalizando quase 25 milhões de pessoas dependentes químicas.

 

A saúde mental é um aspecto importante da nossa vida que pode ser influenciada por diversos fatores. E, o uso abusivo de álcool e outras drogas é capaz não só de piorar as condições existentes, como também levar ao desenvolvimento de novas doenças como depressão, ansiedade e outros transtornos mentais.

 

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) é um documento criado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) para padronizar os critérios diagnósticos das desordens que afetam a mente e as emoções. O documento traz critérios para a avaliação de possíveis transtornos causados pelo uso de substâncias, como:

  • A substância é frequentemente consumida em maiores quantidades ou por um período de tempo maior que o pretendido;
  • Desejo persistente ou esforços mal sucedidos na tentativa de reduzir ou controlar o uso da substância;
  • Fissura, desejo intenso ou mesmo necessidade de usar a substância;
  • Uso recorrente da substância, resultando em fracassos no desempenho de papéis em casa, no trabalho ou na escola;
  • Abandono ou redução de atividades sociais, profissionais ou recreativas importantes ao indivíduo devido ao consumo de substâncias;
  • Uso contínuo da substância mesmo em situações nas quais esse consumo representa riscos à integridade física.

Caso identifique em você ou em familiares e amigos problemas relacionados ao consumo de substâncias, é importante buscar avaliação de profissionais especializados. E, existem técnicas relacionadas à prevenção de recaída que podem auxiliar não só no cotidiano, mas também ajudar a aproveitar os eventos sociais de maneira responsável e positiva. Dentre elas estão a prática do autocuidado, identificar possíveis gatilhos e participar de grupos de apoio como AA (Alcoólicos Anônimos) e NA (Narcóticos Anônimos).

 

O uso excessivo de álcool e outras drogas pode ter um impacto significativo na saúde física e mental, nos relacionamentos e na qualidade de vida. Por isso, é importante lembrar que há muitas outras formas de se divertir e que a busca por ajuda é fundamental, quando necessário. Além disso, a prevenção ainda é a melhor forma de cuidado! 

 

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Diretores do Grupo APICE de Salvador visitam a rede Vila Verde

Nos dias 13 e 14 de fevereiro, os diretores do Grupo APICE, de Salvador – BA, fizeram um percurso de benchmarking na rede Vila Verde. Os convidados tiveram a oportunidade de observar o cotidiano dos setores e unidades, conhecendo os modelos de atendimento em saúde mental e os protocolos internos. Os visitantes, também, trouxeram informações sobre o tratamento ofertado em sua instituição, transformando o encontro num momento de interação.

 

“A visita foi de grande importância, pois promoveu a troca de ideias e experiências entre lideranças renomadas. Isso permite uma visão aprofundada de boas práticas e processos já consolidados nas unidades, possibilitando uma evolução das instituições, sempre com vistas à melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados”, pontua Dr. Clovis Melo, diretor técnico da Vila Verde.

 

O diretor médico do Grupo Apice, Dr. Ivan Araújo, destacou a integridade do trabalho da rede.  “Fomos recebidos com grande hospitalidade e testemunhamos um serviço comprometido com a jornada do paciente, oferecendo atendimento de alta qualidade em saúde mental, em todos os níveis de complexidade. Gostaria de parabenizar a equipe do corporativo e assistencial pela integração exemplar, que demonstra um trabalho árduo, ético e respeitoso em prol da melhoria contínua da assistência prestada aos pacientes e suas famílias”, ressaltou Dr Ivan.

 

Confira os profissionais que conheceram nossas unidades:  

Dra. Ivete Santos – Coordenadora do Instituto APICE

Dr. Ivan Araújo – Diretor Médico

Dra. Mara Andrade – CEO Grupo Apice

Janeiro Branco e o olhar para a Saúde Mental

Dr Clovis Melo 

Diretor Técnico e Coordenador do Centro de Ensino e Pesquisa

 

Um ano novo traz reflexões sobre o que passou e planos para os próximos meses que estão por vir. Para muitas pessoas, revisar projetos e lidar com frustrações e expectativas, pode trazer questões difíceis de administrar e gerar angústias. E é nesse cenário de dúvidas e incertezas que a campanha Janeiro Branco se apresenta no primeiro mês do ano. Esse movimento teve seu início em 2014, em Uberlândia, se espalhou pelo Brasil, e hoje já alcança outros países como a Espanha. 

 

O tema deste ano é  “A vida pede equilíbrio”. E essa proposta tem como finalidade o diálogo com a pós-pandemia e com mudanças que são, cada vez mais, aceleradas e desafiadoras, e que tem se apresentado com tanta intensidade nas rotinas pessoal e profissional das pessoas. Essas situações pedem novas atitudes nos exigindo mudanças para darmos conta das transformações constantes.

 

Nesse contexto, debater a saúde mental e a sua importância para as relações humanas, ainda é enfrentar barreiras e desafios. Muitas pessoas demoram a procurar ajuda por questões relacionadas a estigmas, tabus e preconceitos, apesar do crescente movimento de campanhas de esclarecimento.  É justamente na demora em procurar ajuda que está o perigo. Em algumas situações, quadros que poderiam ser tratados de forma mais precoce e com menos prejuízo para os indivíduos são agravados pela desinformação, negligência e relativização dos sinais e sintomas emocionais e mentais apresentados pelas pessoas. Isso faz com que as pessoas tenham seus sintomas agravados e, por vezes, tem a necessidade de obter ajuda  em serviços de urgência e emergência. 

 

A Organização Mundial da Saúde apresentou, em 2022, dados sobre a saúde mental no mundo, em uma revisão que foi a maior desde a virada do século. Nessa pesquisa foi mostrado que, em 2019,  quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes de todo o mundo – viviam com um transtorno mental. Ainda, sinalizaram que o suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes, sendo 58% em pessoas com menos de 50 anos de idade e que a depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25%, apenas no primeiro ano da pandemia. 

 

A saúde mental requer atenção que vai desde o autocuidado à avaliação das relações que decidimos cultivar. O equilíbrio entre o trabalho e o lazer, entre o tempo destinado às redes sociais, aos familiares e aos amigos, uma boa alimentação associada à atividade física, são exemplos de exercícios diários que colaboram para o bem-estar e a qualidade de vida. Com essa busca pelo equilíbrio, estimulamos  o nosso autoconhecimento e isso nos ajuda a lidarmos com o cotidiano real, que é imerso em  emoções diversas como a alegria, amor, tristeza e frustração. 

 

E assim, janeiro pode ser adotado como uma espécie de fronteira, demarcando os ciclos – fechamento e reinício. Pois, repensar as atitudes com o foco em melhorias para a vida é sinônimo de saúde. Por mais que seja um período de reavaliar e projetar, é também oportuno para a adoção de hábitos e comportamentos  até então não vislumbrados, que podem beneficiar esse novo ano que se inicia. E, o mais importante, aproveitar não só o Janeiro Branco, mas todos os dias do ano para estar atento aos sinais que a saúde mental pode trazer e procurar ajuda, sempre que necessário.

 

Para saber mais sobre o movimento Janeiro Branco acesse o site: www.janeirobranco.com.br

 

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